quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Marcola vai a júri por assassinato de juiz de Presidente Prudente

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/10/01/ult5772u5523.jhtm


Com um esquema de segurança reforçado, vão a júri popular hoje em São Paulo dois apontados como líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O julgamento de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, acontece na 1ª Vara do Júri do Fórum da Barra Funda, zona oeste da capital paulista, presidido pelo juiz Alberto Anderson.

Ambos são acusados de serem mandantes do assassinato do magistrado Antonio José Machado Dias, 47, juiz-corregedor dos Presídios e da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente, morto com dois tiros no dia 14 de março de 2003, na saída do Fórum de Presidente Prudente, cidade no interior de SP.

Quase sete anos depois do crime, sete pessoas decidirão se os acusados são culpados ou inocentes. A sessão deve ter início às 13h e deve seguir as novas regras aprovadas em 2008 que alteraram os procedimentos do tribunal do júri (saiba mais ao fim desta notícia).

De acordo com o Tribunal de Justiça de SP, Marcola não irá comparecer, ausência que, pelas novas regras, não impede o julgamento.

Um esquema especial de segurança acompanhará a diligência de Carambola até o fórum, que também contará com um reforço policial. A SAP (Secretaria de Administração Penintenciária) não divulga detalhes de remoção de presos. Os dois estão presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do Estado.

Entenda o caso

O juiz foi baleado por volta das 18h30 após seu Vectra ser fechado por dois outros veículos. Um Uno foi abandonado próximo ao local do crime. O motivo seria o descontentamento da facção com a atuação do magistrado, considerado duro ao julgar os pedidos de presos.

Machado analisava pedidos de benefícios de presos e fiscalizava o cumprimento de pena em sete penitenciárias da região de Presidente Prudente. Da jurisdição faz parte o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP), unidade de segurança máxima onde está presa a maioria dos líderes do PCC.

As investigações

Cerca de duas semanas após o assassinato, a polícia concluiu que a ordem havia partido do tido como principal líder do PCC de dentro da Penitenciária 1 de Avaré (262 km a oeste de SP). Três dias depois da morte, um bilhete foi apreendido na prisão."Se realmente foi isso, hoje virá algum salve para você. A caminhada é a seguinte: o Machado foi nesta. Passou em todo o jornal lá da cidade e de São Paulo. Esse salve veio hoje pelo pessoal. Foi a Fia [suposta mensageira do PCC] que passou. Acredito eu que é a caminhada do câncer, pois a operação que faltava foi marcada e o paciente operado. Ela pediu para dizer que tinham matado o Machado", dizia a mensagem.

Marcola nega ter ligação com o homicídio. Três de outros quatro acusados já foram condenados pelo crime. João Carlos Rangel Luisi, o Jonny, pegou 19 anos de reclusão em regime fechado; Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, 30 anos de reclusão em regime fechado e Ronaldo Dias, o Chocolate, 16 anos e oito meses de prisão. Adilson Daghia, o Ferrugem, ainda não foi julgado.

Em maio do ano passado, o juiz Valter Alexandre Mena, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, condenou o Estado a indenizar os dois filhos do juiz, em 150 salários mínimos cada, sustentando que este foi "inerte" e falhou no dever de proteger o magistrado. A Procuradoria Geral do Estado recorreu.


Confira algumas das mudanças nos procedimentos do Tribunal do Júri














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